sexta-feira, 13 de abril de 2012

Compaixão

Acabei de chegar do Hospital NESSE momento e enquanto aguardo o almoço ficar pronto, antes que dê o horário em que vou precisar voltar para o trabalho, vou escrever sobre uma experiência que tivemos agora. Ela foi forte demais para que eu consiga não compartilhar.


Há algum tempo, temos acompanhado um jovem, que sofreu um acidente de moto e está numa situação parecida com a minha em 2009. O nome dele é José Cláudio, tem mais ou menos a minha idade e está em coma há 22 dias! Temos orado por ele desde que conhecemos sua família, lá na igreja, exatamente no dia da gravação do CD Meu Milagre. O pastor Arnolfo nos apresentou e então tomei esse compromisso de acompanhar e interceder por essa família. Todos os momentos de visita até aqui foram normais, dentro daquilo que eu já esperava. Nos primeiros dias, encontrei com ele e mais alguma acompanhante (por vezes a namorada, por vezes a irmã...) lá dentro do box, que é um local em que o paciente fica com todos os recursos de uma UTI, só que dentro de uma área individualizada. Ta mais chique que na minha época! rsrs.. A gente, como sempre, entra, canta algum louvor pra entronizar a presença de Deus e depois ora.


Hoje foi diferente. Já havia tido notícia de que ele estava não mais acamado, mas que agora estava sentado na poltrona especial e se recuperando. Fiquei muito feliz mesmo em saber disso! Decidi também levar minha mãe hoje. Ela, melhor que ninguém, pode dar forças para a família porque passou pela mesma situação que eles estão passando agora. Quando chegamos lá, correndo bastante pra não atrasar, encontrei o José Cláudio, sentado do mesmo jeito que eu há quase 3 anos atrás: sem reação a nada, olhando para o nada, sem NENHUMA expressão, mas de olhos abertos, a boca entreaberta, a mão no meio do caminho entre a boca dele e o braço do sofá (como se ele estivesse tentando limpar a saliva). Quando entrei no box 5 daquele CTI terciário, os funcionários me informaram que ele estava sozinho. A mãe havia saído para, provavelmente, comer alguma coisa. Então, eu e minha mãe começamos a conversar com ele, como se conversa com uma pessoa normal. Contamos resumidamente a história do nosso milagre. Ainda que ele, quem sabe não pudesse entender, estávamos profetizando e mesmo que ele não entendesse nada, estávamos RELEMBRANDO a bondade de Deus. Então cantei uma música que ele certamente conhece: "Graande é o Senhor e mui digno de louvor... Na cidade do nosso Deus Seu santo monte..." Minha mãe começou a me acompanhar com a vozinha de soprano dela e quando cantamos aquele trecho, que diz: "Queremos o Teu nome engrandecer... E agradecer-Te por Tua obra em nossas vidas..." passou um filme na minha cabeça. Me lembrei de quando EU estava como nessa foto, de quando tinha vontade de falar e não conseguia, de quando desejava ardentemente levantar daquela cama e sair por aquela porta e meu corpo não tinha a menor resposta. Ainda havia milagres para acontecer no meu organismo. Meu coração, então, transbordou de gratidão e fui tomado de compaixão por aquele rapaz.


Interessante que no culto de ontem lá na igreja, o pastor ministrou sobre compaixão e sobre como é necessário ter esse tipo de amor para uma intercessão eficaz. Se queremos que Deus nos ouça, é necessário pedir, "sentindo a dor" da pessoa. Eu não imaginava como ia precisar daquela Palavra justamente no dia seguinte. Em alguns instantes a mãe dele chegou e foi envolvida por aquela atmosfera de adoração. Cantamos junto com ela agora, Deus do Impossível da Aline Barros. Ela cantava também, com a voz embargada e sendo abraçada com muito amor pela minha mãe. Elas se identificaram, sem precisar dizer nada, de uma forma sobrenatural. Logo depois oramos por ele, por ela e ao final da visita, voltei a conversar com ele, abaixei pra ficar da mesma altura, sorri e disse: "Olha rapaz, vai ficar tudo bem. Assim como Deus fez comigo, Ele vai fazer com você!" Nesse exato momento, ele moveu as pupilas, olho fundo DENTRO dos meus olhos e correu uma lágrima grossa. Senti um arrepio muito forte e chorei também. Passamos alguns momentos abraçados com a mãe dele e fui embora, sentindo um misto de compaixão com gratidão a Deus por me dar esse privilégio incomparável. 


Interceda você também pelo José Cláudio e por essa família. 
Deus já está trabalhando

3 comentários:

Anônimo disse...

Que Deus continue te usando nesse ministério tão lindo e que seu testemunho continue alcançando mtas e mtas vidas! Saiba que suas palavras aqui têm edificado mtas vidas. É mto bom ler sobre suas experiências. Que o Senhor continue derramando sobre vc a unção dEle! Deus te abençoe!

Renato Gabry disse...

Amém Samile! Fico muito feliz que haja quem seja edificado pelo que tenho vivido com o Senhor. Para mim, se trata de uma OBRIGAÇÃO compartilhar essas coisas para dar a outras pessoas, a oportunidade de vivê-las tbm. Coloque a sua fé em prática e deixa Deus responder pra vc os seus questionamentos, enquanto vc lê essas palavras.

Que Ele te cubra com Sua graça!

Anônimo disse...

Amém!!!

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